Incontinência urinária no pós-parto: por que acontece e como tratar

23 de outubro de 2025

A chegada de um bebê transforma profundamente a vida da mulher, mas junto das alegrias desse momento podem surgir alguns desafios, como a incontinência urinária no pós-parto.

Esse problema caracteriza-se pela perda involuntária de urina, que pode ocorrer em diferentes situações do dia a dia, como ao tossir, rir ou até mesmo durante atividades físicas leves. 


Esse problema é mais comum do que se imagina e está relacionado às mudanças que acontecem no corpo durante a gestação e o parto, especialmente no assoalho pélvico.


Felizmente, existem formas eficazes de prevenção e tratamento. 


Continue lendo para descobrir!


O que é a incontinência urinária no pós-parto?


A incontinência urinária no pós-parto é a perda involuntária de urina que ocorre após a gestação e o nascimento do bebê, resultado de alterações na musculatura e nos tecidos de sustentação do assoalho pélvico. 


Durante a gravidez, o peso do útero e as mudanças hormonais podem enfraquecer essa musculatura e, no parto normal, especialmente quando há partos vaginais múltiplos, bebês grandes ou uso de fórceps, o risco de lesões aumenta, favorecendo o surgimento do problema. 


Segundo a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), essa condição é relativamente comum no pós-parto, podendo afetar tanto mulheres jovens quanto mais velhas.


Embora em alguns casos a incontinência melhore espontaneamente com o tempo, muitas mulheres continuam apresentando sintomas persistentes que impactam a qualidade de vida e a autoestima.


Quais são os tipos mais comuns de incontinência urinária após a gestação?


Os tipos de incontinência urinária no pós-parto são classificados de acordo com a forma como ocorrem as perdas de urina. 


Entenda melhor abaixo:


Incontinência urinária de esforço


É a mais frequente no pós-parto e acontece quando há perda de urina durante atividades que aumentam a pressão abdominal, como tossir, espirrar, correr ou levantar peso. 


Está diretamente associada ao enfraquecimento do assoalho pélvico após a gestação e o parto vaginal.


Incontinência urinária de urgência


Caracteriza-se por uma vontade súbita e intensa de urinar, difícil de controlar, que pode levar à perda involuntária antes de chegar ao banheiro. 


Pode estar relacionada a alterações no funcionamento da bexiga, muitas vezes agravadas pelas mudanças hormonais do pós-parto.


Incontinência urinária mista


Combina características da incontinência de esforço e da de urgência, sendo também comum em mulheres após a gestação, principalmente quando há múltiplos fatores de risco associados.


Quais são os principais sintomas que indicam a presença de incontinência urinária após o parto?


Os principais sintomas que podem indicar a presença de incontinência urinária após o parto incluem:


  • Perda involuntária de urina ao tossir, espirrar, rir ou praticar atividades físicas, típica da incontinência de esforço;
  • Vontade súbita e intensa de urinar, difícil de controlar, levando à perda de urina antes de chegar ao banheiro;
  • Necessidade de urinar com muita frequência, mesmo em pequenas quantidades;
  • Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, mesmo após urinar;
  • Desconforto ou impacto na vida sexual e social, com medo de perdas em situações cotidianas;
  • Alterações emocionais associadas, como ansiedade, vergonha ou queda da autoestima devido aos episódios recorrentes.


Como realizamos o diagnóstico dessa condição?


O diagnóstico da incontinência urinária no pós-parto é feito principalmente durante a consulta clínica com a uroginecologista, a partir de uma anamnese detalhada, na qual a paciente relata seus sintomas.


Em seguida, realizamos um exame físico ginecológico para avaliar a tonicidade do assoalho pélvico, descartar outras alterações, como prolapsos genitais, e identificar o tipo predominante de incontinência. 


No nosso blog, temos um artigo completo sobre prolapso genital, confira!


Na maioria dos casos, essa avaliação clínica é suficiente para orientar o início do tratamento. 


Porém, quando há necessidade de uma investigação mais aprofundada, podemos pedir exames complementares.


A partir do exame de urodinâmica, analisamos o funcionamento da bexiga e da uretra e, com a ultrassonografia pélvica dinâmica, identificamos alterações estruturais associadas. 


Quais são as principais opções de tratamento para a incontinência no pós-parto?


A primeira linha de cuidado costuma ser a fisioterapia do assoalho pélvico, que inclui exercícios de fortalecimento muscular, ajudando a restaurar o tônus e o controle urinário.


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Em algumas situações, podemos recorrer à eletroestimulação ou ao biofeedback para potencializar os resultados. 


Contudo, quando essas medidas não são suficientes, podemos considerar tratamentos farmacológicos, especialmente nos casos de incontinência de urgência, para melhorar o controle da bexiga. 


Já nos quadros mais graves ou persistentes, podemos indicar a cirurgia, sendo a técnica de “sling” suburetral uma das mais utilizadas, por oferecer bons índices de sucesso na correção da incontinência de esforço. 


Durante a técnica, posicionamos uma faixa (ou fita) sob a uretra, funcionando como uma espécie de apoio que ajuda a mantê-la fechada nos momentos de aumento da pressão abdominal. Esse suporte adicional fortalece o mecanismo de continência, reduzindo ou eliminando os episódios de perda urinária.


O que pode ser feito para prevenir a incontinência urinária durante e após a gestação?


A prevenção da incontinência urinária durante e após a gestação está diretamente ligada ao cuidado com o assoalho pélvico, que sofre grande impacto nesse período. 


Uma das medidas mais eficazes é a prática regular de exercícios de fortalecimento que ajudam a manter a musculatura firme e preparada para o parto e a recuperação posterior. 


Também recomendamos o controle do ganho de peso durante a gravidez, manter uma boa ingestão de líquidos, além do cuidado com o intestino para prevenir a constipação.


Essas medidas reduzem o risco de sobrecarga sobre a bexiga e os músculos pélvicos. 


No pós-parto, a fisioterapia pélvica orientada pode acelerar a recuperação da tonicidade e prevenir complicações futuras. 


Porém, cada mulher apresenta particularidades e, por isso, o acompanhamento com a uroginecologista é indispensável.



Assim sendo, se você deseja cuidar da sua saúde íntima ou prevenir desconfortos no futuro, agende sua consulta com a a Dra. Camila Poccetti e receba uma avaliação completa!


Dra. Camila Poccetti Ribeiro

Médica ginecologista e obstetra especialista em Uroginecologia

 

Conheça a formação da Dra. Camila:

  • Graduação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp);
  • Residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) – EPM;
  • Especialização em Uroginecologia pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) – EPM.

 

A Dra. Camila Poccetti atende em seu consultório em São Paulo, no bairro Itaim Bibi, e oferece uma consulta completa, individualizada e humanizada para mulheres nas mais diversas fases de suas vidas!

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